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thegreysideofme...

Blog interactivo dedicado a histórias do fantástico, terror ou simplesmente cinzentas


(domingo, agosto 28, 2005)
+20:06

# Cultura Zombie



Marca acima,
restam dúvidas.

Termo abaixo
do normal,
preferem certezas.

Ferro fogo,
brutas palavras.

Terra em engodo,
ficam-se entrelaçadas.

Aparece mais um sozinho,
negro zombie
come o caminho.
Agarra a cara que o alimenta,
cospe o prato,
no sangue que se deleita.
Parte o vidro,
e invade a alma.
No corpo que vibra
por outra calma.

Guerra final,
sem preços no jornal.

Tigre velho
que come-se por ter fome.

Velha triste,
que perdeu o bingo.

Gorro branco,
que tapa o enterro.


e a história termina assim; |
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(quinta-feira, agosto 25, 2005)
+00:02

# Here i am...



"I dreamt that i was falling

But you spoke like one who can fill me of confidence,

Come to me... say to me... i will be like you

Here i am to hold you inside me...

But you turned your backs on me, and i cried...

I couldn't cry no logger, i became empty

Come to me... say to me... i will change you

Here i am to burn you inside myself...

Here i stand,

i aint no logger the sweetest man,

inside i burn you, i slowly leave you...

Here i am...

Here i am..."



poema escrito durante a escuta da canção "Song to the Siren"; fica aqui o mérito e a inspiração...


e a história termina assim; |
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(quarta-feira, agosto 24, 2005)
+14:06

# Não há Lua como a nossa


Não há madrugada insegura
ou geada realizada,
quando se mete no caminho
póstuo
da nossa antiga morada.
De portas agora fechadas,
em teias se lamenta,
de um corpo deixado
para outras imensas
pertenças.
Sobre o rio me encontraram,
olhando o vazio deixado...
Em tua cama me deitaram
não percebendo
o verdadeiro culpado.
No teu carinho senti raiva
perdendo-me no teu suspiro
e nesta casa fiquei
na noite de lua
te reencontrei...

Não há hipóteses de fuga
desta vez não serei presa,
e aguardo-te ao teu lado
quando a morte
tiver a certeza.
Não há destino que fuja
o que reservei para ti,
se na vida me partiste
na morte
terei mais do que perdi.

Agora dorme, por enquanto
eu afago-te os cobertores.
Não há lua como a nossa
para reunir
dois antigos amores.


e a história termina assim; |
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(segunda-feira, agosto 22, 2005)
+18:41

# Conto1: Sem todos os berlindes...



Não há ninguém na rua a esta hora, foram para as suas casas jantar, reunidos com as suas famílias. Para o pequeno Jorge não há descanso enquanto não finalizar a sua busca. Roubaram-lhe os berlindes e espalharam-nos pela rua. Neste momento, falta encontrar o seu berlinde da sorte, o seu "sopro" de vitória.

Já estava um pouco longe de casa. Tinha saído para comprar na mercearia da aldeia óleo para o jantar. O seu azar tinha sido encontrar aquele grupo de miúdos que tanto odiava, visto que não perdiam uma oportunidade para gozá-lo e de pregar-lhe as mais duras partidas. Jorge sentia-se triste nesses momento. Não havia amigos para gostar dele, e ele desejava tanto poder gostar de algum amigo. Os seus pais já eram velhos demais para o ritmo dele, não conseguiam brincar ou até mesmo acompanhá-lo durante os passeios. Eles também não o entendiam, pois preferiam tê-lo em casa do que deixá-lo sair para ser o alvo dos outros miúdos. Nesses momento Jorge sentiam-se vermelho de vergonha e de raiva. A injustiça que achava que era alvo retraía-o ainda mais, e acumulava o seu grito mudo.

Foi assim hoje, quando os outros miúdos cruzaram no seu caminho, quando voltava da mercearia. Num ápice que não deu para perceber, sacaram o saco de compras onde trazia o óleo de cozinha, e noutro momento, roubaram-lhe o saco de berlindes que trazia sempre, para dar sorte. O pequeno Jorge não prestou sequer atenção às compras, dirigindo-se logo para o Américo, o pior de todos os miúdos, que levava os seus berlindes para longe. Um a um, ele foi espalhando-os pelo caminho, a cara cheia crueldade diante do desespero da sua presa. E Jorge foi ficando para trás, apanhando todos os berlindes que dançavam no chão, e esperando que o próximo fosse o seu "sopro". Neste momento, era o único que faltava, e a aldeia já estava um pouco longe para ele, a quase três quilómetros.

Enquanto procurava, de cabeça para o chão, o pequeno Jorge não notou a aproximação de um adulto. Em passos curtos e silenciosos, a nova figura viu-o naquela situação, e sem pronunciar nada, aproximou-se. O primeiro contacto aconteceu quando puxou o braço do pequeno Jorge. Já era noite, e naquela rua de terra não iluminada, junto à aldeia, não dá para perceber-se com clareza quem falava. Além disso, o pequeno Jorge já estava um pouco cansado. Porém, aquela figura conhecia-lo. Pela voz percebia-se que era um homem que perguntava-lhe continuamente o que ele fazia ali, se andava à procura de alguma coisa que tinha gamado, porquê é que não estava em casa, porque é que não ficava em casa em vez de perturbar as gentes da aldeia... Falava com uma voz bruto, sendo um homem rude, e aparentava estar ligeiramente tocado pela bebida, contudo isso foi algo que o pequeno Jorge nem se apercebeu, mantendo toda a sua atenção virada para o chão, poderia ser desta vez que encontrasse o seu "sopro". Sem obter qualquer resposta, e nem qualquer reacção, levou aquele homem à irritação. Incapaz de ser paciente, puxou-lhe brutamente o braço, à medida que procurava caminhar. O pequeno Jorge sentindo o pressão, ainda reagindo com um lamento de quem quase chora. Ele não queria sair dali e efectivamente não iria sair dali. O homem não aceitou as resistências que lhe eram oferecidas e virando-se procurou agarrar o único braço livre do pequeno Jorge. Ao sentir-se preso, fez com que Jorge finalmente desse alguma consideração ao captor. Este queria afastá-lo do seu "sopro", mas não viveria sem o seu "sopro". Sem o seu amuleto para o acalmar, a vergonha desapareceu, e a raiva acumulada libertou-se. Numa série de movimentos, o pequeno Jorge conseguiu resistir aquele corpo ligeiramente cambaleante, e sem qualquer intenção prévia, num desequilibrio, ambos cairam nos chão, o homem por debaixo e Jorge por cima. Num instante Jorge olhou para o homem e viu olhos que odiava, no outro, o homem caído dilatou a retina à medida que sentiu bater a pedra que se aproximava. E a pedra bateu várias vezes na mão de Jorge.

Quando Jorge parou, reparou numa esfera que estava mesmo nas ervas, no limiar do caminho. Aproximando-se reparou que era o seu "sopro". Agora estava completo e com o sentimento de dever cumprido e correu para casa. Entrando em casa, levou ainda um raspanete dos pais que preocupados com a sua demora, já se preparavam para chamar a polícia. Foi tomar banho imediatamente e jantou sem comer sobremesa, visto ter ficado de castigo.

A meio da noite, a calma da aldeia fora interrompida. O corpo do Joaquim Azeitona, teria sido encontrado na estrada de terra que levava à aldeia. Deixava sem sustento a sua mulher Fátima de Jesus, o seu filho de quinze anos Daniel, e o seu pequeno traquina Américo de 8 anos. A guarda fora chamada e falou com alguns dos residentes. Maria do Anjos, a mãe de Jorge, afirmou perante a guarda que todos teriam estado na quarela de terra que teriam nas traseiras de casa, e que só o seu pequeno filho teria saído para ir à mercearia, voltando passado 15 minutos depois de ter saído.

Ao bater a porta, a mulher ainda procurou enconsto na mesma. Não tinha a certeza absoluta, somente dúvidas. Virando-se viu o rosto daquele menino, aquele pequeno rosto que nunca tinha crescido. Terno e bom filho aos 18 anos, era aquilo que todas as mães gostariam: uma criança eterna, muito graças ao atraso mental, que afectava-lhe a personalidade. Um corpo de adulto com um espírito de criança. Entre o medo e a esperança de estar enganada não parou de olhá-lo, enquanto este brincava com os seus berlindes, derrotando todos com o seu "sopro".


e a história termina assim; |
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